“Elementos que constituirão o novo Homem que construirá um Novo Mundo!
2 – AMIZADE
Estamos frente à coisa mais nobre que existe na face da Terra. Uma virtude que pode causar inveja às outras virtudes, tal a sua nobreza. Ocupa um dos primeiros lugares dada a nobreza de seus princípios.
Nobre – quer dizer amizade – cada elemento tem dentro o fator nobreza, além de muitos outros. Amizade tem mais amor, mais bondade que qualquer outra palavra. Amizade é um estado de SER conseguido, aliança por um ideal, tamanho grande. Não é fácil falar de amizade como nós entendemos.
O que a turma conhece por aí e chama de amizade é companheirismo, não é amizade. Amizade não depende de circunstancias. Amizade é aliança com eternos, não efêmeros. Sem fidelidade não existe a amizade. Fidelidade no ponto a seguir. Quando duas pessoas fazem aliança nesse ponto, elas são amigas. Amizade é a união de propósitos, aliança por um ideal, é afinidade, bondade em relação à causa, é altruísmo, é prova de confiança, não se deixa levar por tentações, não se desfaz a amizade entre duas pessoas. Desfaz-se entre um propósito e um ser pensante no objetivo quando ele quebra a amizade naquele ponto. Qual a minha primeira intenção? Cumprir o meu dever, ser fiel aos meus princípios. Você quebrou a aliança lá no ponto da fidelidade: não somos mais amigos. Temos pontos diferentes a atingir. Qual a nossa afinidade? Como você vai ser solidário? Onde está a sua solidariedade? Como vai ser conosco? Será que vai ser altruísta no mesmo objetivo meu? Será sujeito à tentação? É inimigo? Não? Amigo? Não, mas poderá ser. Como é bom ter amigos! A amizade constrói um altar onde são levados os sacrifícios que fazem a ligação do material com o imaterial, assim também a amizade onde os amigos oferecem seus sacrifícios para ver cumprir nosso propósito, é quando ambos saímos dos pés do altar e nos reconhecemos eternos. Neste instante somos eternos! O mortal vai morrer, ficar a sete palmos abaixo da terra, mas o real vai subir sete céus acima da Terra. Você, amigo, justificou minha estada aqui, porque você, amigo, existe. Macular a pureza do amigo, colocar segunda intenção ao amigo é pecar contra a inocência, isto ficará inscrito numa outra lei.
Ai daqueles que pecarem contra estes inocentes. Seria preferível se atirarem no abismo do inferno. Amizade não são duas, três, quatro, cinco intenções. Amizade é magia, é todo um mundo, é dois em um, em três, quatro, cinco, infinito em um. Amizade no ponto de fidelidade, ponto da união, da aliança; a humanidade da Terra não entendeu o que é amizade.
Você tem amigos? Quem é seu amigo?
Amizade é prova de confiança, não se deixa levar por tentações.
Exemplo: a história do escorpião à beira do riacho que viu um sapo, que ao ver o escorpião se afasta, pois ele é venenoso.
Não se assuste. Quero atravessar o rio e não sei nadar. Você me leva nas costas para atravessar o rio?
Tá louco, eu?
Não?! Veja bem todos aqui, são amigos, irmãos, vamos dar a mão, seja bom!
O sapo, nada. Não queria saber de levar o escorpião, mas este apela para a macro e ataca com tudo:
Olha, se você me levar nas costas o que acontece se eu te picar?
Eu morro!
É, você morre, mas eu também morro pois não sei nadar.
O sapo pensou, pensou e acabou aceitando. De vez em quando olhava pra cima de suas costas, desconfiado. O escorpião encarapitado em suas costas dizia:
Fica tranqüilo!
E com seus botões pensava: “Não posso fazer isso. O sapo é meu amigo, traí-lo não é certo.”. Mas ao mesmo tempo pensava: “Nunca foi tão fácil… ninguém olhando, ninguém vai saber de nada. Talvez ele até goste… veja como ele olha, está esperando que eu o pique!”. E assim, de racionalização em racionalização, no auge da excitação, ele pica o sapo, que morre imediatamente e ele, como não sabia nadar, morreu também, pois não havia chegado à margem.
Moral da história: Um morreu de desgosto por não ter reconhecido antes. O outro morreu de prazer por ter cumprido aquilo que estava escrito em sua essência.
O amigo sabe que se morrer, seu amigo o eternizará, fará eterna sua obra. O princípio é mais forte que a carne, que a mente. É viver por isso ou não viver! Ou melhor, como ele sempre dizia: Estar por isto ou não estar, mas sempre ser, porque SER é a Vida. Esta é a amizade que propomos aqui.
O amigo fortalece o outro. Outro exemplo: a história de uma prova de confiança.
Na época dos reis e castelos, um rapaz foi preso e condenado à morte, porém, fez ao rei um último pedido. O rei falou:
Pode fazer o seu pedido, se não for um absurdo eu o atenderei.
E o rapaz falou:
Quero ver meu amigo.
O rei falou:
Só isso?
Ele respondeu:
Só.
Qual o nome do seu amigo?
Fulano de tal.
E o rei mandou chamar o amigo. O rapaz explicou que estava condenado à morte, mas era inocente e só ele sabia e podia ir buscar a prova da sua inocência, e para isso era necessário que o amigo ficasse em seu lugar na prisão, até que ele chegasse com a prova. O amigo disse:
Tudo bem, eu fico.
E o rei:
Você está louco! Ele não vai voltar e eu vou ser obrigado a te matar no lugar dele.
Passou um dia e nada do rapaz. No segundo fia também não apareceu. Chegou a hora da execução, e o rei falou:
Eu não disse que ele não viria? Agora vou ter que te matar.
Assim o amigo foi levado à praça e quando ia ser iniciada a execução, apareceu o rapaz com a prova da sua inocência. O rei, muito admirado, libertou o rapaz e seu amigo. O rei, admirado, chocado, emocionado com o ocorrido disse:
Eu quero ser amigo de vocês! Nunca vi coisa igual na vida!
Mas o rapaz e seu amigo não aceitaram o rei como amigo, pois amizade não se compra, não se pede, amizade se conquista. – Como?
Venha conosco. Quando oferecer sacrifícios em nosso altar, para o ponto de fidelidade que nos une, aí então verificaremos isso e talvez sejamos seus amigos.
O rei perguntou:
Mas, precisa de sacrifícios?
Sim.
E assim ele não aceitou. Os amigos continuaram seu caminho e com certeza continuam aqui e agora, na tua figura, na minha figura. Quanto tempo vai durar a tua amizade? Quem é seu amigo? Você tem amigos? Hoje posso dizer com muita satisfação que já tenho amigos.
